Bet on Branding - parte 2 (como parar de perder dinheiro fazendo apostas no seu negócio)
A primeira parte dessa história de apostas no mundo dos negócios trouxe 3 maneiras de colocar todo dinheiro em um lugar. E possivelmente perder o jogo da competição. Apostar todas fichas em uma bala de prata geralmente é o caminho certo para errar. Por mais que se julgue um bom apostador, desconhecer a técnica, o conhecimento e as regras do mercado são atalhos para o lugar no qual muitos negócios não encontram saída. Então vamos ver mais 3 tipos de apostas perdedoras.
Aposte tudo na ativação comercial
Certa vez questionaram Warren Buffet porque muitos investidores não seguiam seus conselhos, mesmo depois de todo sucesso que conseguiu. Ele respondeu calmamente, é que ninguém mais quer enriquecer devagar. O curto prazo tomou conta das decisões. Tudo deve repercutir para hoje. Por isso fazem sucesso cursos que ensinam como ficar milionário em poucas semanas, as 7 regras para ser bem sucedido como os melhores do mundo e todo tipo de elixir fajuto para a prosperidade instantânea. Esse tipo de aposta parte dessa mesma lógica. Tudo precisa se transformar em venda. A ativação comercial é a única ação que o negócio promove. Tentar vender para quem não quer comprar, pelo menos não agora, é um dos maiores desperdícios de dinheiro cometido pelas empresas. Acontece a todo momento, na sua caixa de email, no post que pula na sua timeline ou na inconveniente ligação por telefone. Antes de convidar alguém a fazer negócios, torne ele conhecedor da sua marca. Ativação comercial precisar ser empreendida juntamente com a construção da marca. Construir marca é o que vai garantir a longevidade do negócio, diminuir a sensibilidade a preços, solidificar estruturas de memória na mente do seu cliente, para que quando precise algo na sua área, você seja uma das possibilidades avaliadas.
Aposte tudo em seguir os outros
Uma grande parte dos segmentos são considerados indiferenciados. Significa dizer que as pessoas olhando para as marcas não enxergam diferenças relativas significantes entre elas. Tanto faz. Seguir os outros vai te tornar mais um neste mar de ordinários iguais. Estratégia são poucas escolhas importantes para as quais o oposto não é uma estupidez. Decisões operacionais são algumas iniciativas importantes para as quais o oposto é uma estupidez. Muitas empresas tomam decisões operacionais pensando que estão fazendo estratégia. Não estão. Caminham pela trilha óbvia. Por ser óbvia, vários já a trilharam (e muitos outros ainda se enfileirarão). Para fazer escolhas de verdade é preciso coragem. Abrir mão muitas vezes gera insegurança, receio de perder algo importante. Mas assim são os negócios bem sucedidos, moldados em cima de escolhas nem tão óbvias. Riscos e retornos geralmente estão bem correlacionados.
Aposte tudo nas tendências e nas mudanças!
Muitas tendências apontadas por aí são tão confiáveis quanto aquele óleo de cobra vendido nos fundos de uma carroça em tempos antigos. Parece que servem para tudo e todos, garantindo a cura de todos males e uma vida saudável para sempre. No entanto, é só mais um jeito de tirar dinheiro de alguém desavisado. Um dia se afirmou que marcas tinham que ter um propósito forte, sem isso estavam fora do mercado. Em uma pesquisa que testou 87 marcas com propósitos populares junto ao público de 13 a 25 anos se descobriu que na média apenas 12% conhecia o propósito das marcas. A Dove, com 2 décadas investindo milhões de dólares na “real beleza”, obteve reconhecimento de apenas metade dos entrevistados. Outra aposta, celebridades e fama. Associar-se com alguém célebre garantiria rápido reconhecimento para a marca. Em outra pesquisa, apenas 10% das pessoas conseguiu correlacionar corretamente marca com celebridade, entre mais de 2 dezenas de empresas. Construir marca não é balançar no mar de correntes que te levam de um lado para o outro. Construir marca é ter consistência no posicionamento.
Há muito mais maneiras de perder dinheiro apostando nos negócios. Com certeza alguém ganhará dinheiro. Mas não será você.
Hora de pensar em branding. É ele que molda a lembrança da sua marca na cabeça de quem decide tudo. O cliente.
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